Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Artigo no Semanário de Felgueiras sobre o Centenário do iluminurista e poeta Lucas Teixeira


Artigo escrito para o Semanário de Felgueiras, em cuja edição de 13 de abril fica publicado  enaltecendo o felgueirense mestre de iluminras e poeta Lucas Teixeira (nome de assinatura artística de Armando Teixeira, falecido em 2013 com 95 anos), na oportunidade do período comemorativo de seu centenário natalício, pois que no passado mês de março fez 100 anos que nasceu. 


Conforme se assinala na alusiva crónica, sob título

Centenário de Lucas Teixeira - iluminurista notável

Como entoação de sacros cantos gregorianos ecoando de antigos claustros e paredes graníticas de altos templos, entre ambiente perfumado de incenso elevado a altíssimo destino, chega ao conhecimento e permanece na memorização a lavra de iluminuras de um artista nascido em terra felgueirense, felizmente honrado na toponímia do concelho natal – o artista clássico Lucas Teixeira, com nome numa rua da cidade de Felgueiras como Frei Lucas Teixeira.

É norma de bons princípios haver gratidão, também no sentido de reconhecimento. Sendo uma boa maneira de honrar tal consideração a elevação honorífica. Como sucede com a atribuição de nomes salientes à celebridade toponímica, entre denominações honradas com perpetuação na toponímia. De modo que, assim como os nomes de lugares antigos perduraram, de igual forma pessoas notáveis são homenageadas em modo de chegarem à posteridade, na junção da utilidade à atração, juntando o útil ao agradável, para que se não perca a memória do que merece valorização. Quão aconteceu, entre diversos casos, com Lucas Teixeira: notável artífice da nobilíssima arte da iluminura e poeta de refinada veia. Figura em apreço desta feita neste espaço de memorização, em época da passagem de seu centenário natalício, ocorrido a 23 de março.

Nascido em Varziela, corria o ano de 1918, em tempo da I Grande Guerra que levou às trincheiras da Flandres também mancebos felgueirenses, veio ao mundo para os lados de Pedra Maria com o nome de Armando Teixeira. Ser humano que desde a infância teve jeito para o desenho, mais tarde aprimorado na escola claustral seguida, até se ter revelado nos lavores da mesma arte no convento de Singeverga, já como Dom Lucas Teixeira, após ter professado na ordem beneditina. Tendo posteriormente, já fixado no Brasil, como cidadão que procurou a felicidade, seguido caminho artístico e tido percurso honrado, desenhando e poetando, para viver e fazer viver. Acabando por ter ficado lá para sempre, após longa vida percorrida. Longe de sua terra, mas entre sua família ali bem constituída. Com os sinos de sua infância no ouvido do pensamento, como deste modo se dá toque eterno, de laudatório Te Deum à sua memória.

Muito teria de se escrever aqui, mais, para narrar seu longo e prestigiado percurso de vida. Coisa que o espaço desta crónica naturalmente não permite. Contudo está descrito pelo autor destas linhas, também, em espaço informático da Internet, no blogue pessoal “Longra Histórico-Literária”, em artigo publicado na própria data de seu centenário. E em tempo oportuno será motivo duma iniciativa pública, a decorrer possivelmente na sede do concelho. Sendo como é este felgueirense ilustre um nome toponímico, honrado na denominação duma rua da cidade de Felgueiras, enquanto ínclito conterrâneo que louvou a vida através de sua arte de iluminar documentos com letras góticas pintadas a ouro em pergaminhos, que muito enobrecem momentos e factos.

Na ideia de que o céu pode ser, em certos aspetos, onde se encontrar aquilo que queremos, alegra-se o céu e a terra com pessoas assim, em ter havido um Frei Lucas Teixeira, o felgueirense Armando Teixeira, o artista iluminurista Lucas Teixeira. Quais espirais de incenso, em formato de iluminuras, são suas obras chegadas ao Além na linha da Exortação Apostólica do Papa Francisco «Gaudete et Exsultate» – Alegrai-vos e exultai – tomando frase do sermão das Bem Aventuranças, de apelo à virtude no mundo atual.

ARMANDO PINTO
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