Espaço de atividade literária pública e memória cronista

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Efeméride da memória felgueirense – a “Subida do Felgueiras” à 1ª Divisão Nacional


Neste dia, desta data, dia 28 de Maio, em 1995, o FC Felgueiras venceu o Estoril no derradeiro jogo da época, no mítico Estádio Dr. Machado de Matos, por 1-0 (golo de Kristic, a cujo instantâneo histórico se reporta a foto cimeira) e assim "o Felgueiras" alcançou a subida de divisão ao escalão máximo do futebol português, atingindo entrada no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, como ao tempo era chamada a prova maior, atual Liga principal.

Com esse resultado, a meio da tarde desse domingo de sol radioso, era dado o melhor início aos festejos públicos que se seguiram, em dia de festa, que depois acabou por sair do estádio e estender-se às ruas da cidade e estradas do concelho de Felgueiras.


Na mesma tarde o FC Porto sagrara-se Campeão Nacional da 1ª Divisão, com festa da consagração no estádio das Antas em jogo de veia goleadora diante do Tirsense, perante dilatado 4-0. Daí que no dia seguinte, na segunda-feira dia 29, os jornais dividissem atenções e inclusive o jornal O Jogo até repartiu a sua 1ª página com o Campeão maior e o novo primodivisionário, na época.


Efetivamente os jornais diários e os periódicos desportivos na segunda-feira depressa esgotaram em Felgueiras, então, sendo dia que em Felgueiras sempre houve tradição de ser de ir à feira de manhã, além de ser como era acotiado dia do sapateiro, mas dessa vez também dia de recuperação da festa do dia e noite anterior. Tendo os jornais mais lidos dado natural destaque à façanha do futebol do Felgueiras. Como tal, dando para guardar, de modo a ficar como recordações documentais.


Dias depois seriam os jornais locais a guardar nas suas páginas o acontecimento. Mas como os periódicos felgueirenses saíram na sexta-feira posterior, vêm mais ao caso desta efeméride os desportivos nacionais, primeiro lidos e guardados.


Assim sendo, ilustra-se a efeméride através de imagens (em recortes) de dois dos jornais do dia imediato, quer d’ O Norte Desportivo, existente nesse tempo, assim como d’ O Jogo, já existente à época.


ARMANDO PINTO
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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Inauguração da Reabertura da Casa do F.C. Porto de Felgueiras e jantar de convívio portista, com a Presença do Presidente Pinto da Costa - 1 de junho


Relativamente às comunicações e notícias entretanto divulgadas, há a acrescentar alteração de MUDANÇA DE LOCAL do jantar. Tendo a direção da mesma Casa do Porto de Felgueiras esclarecido que:

«Por questão burocrática de organização do jantar, tivemos que alterar o local, sendo ele passado para a Quinta do Ribeirinho, perto das bombas em Lagares.
Pedimos a quem já comprou os bilhetes, que passem na Casa do FC Porto, com os antigos e procedam à devida troca.
Informamos entretanto que já existem poucas vagas para o jantar.
Quem reservou, ou quem ainda quiser, que venha nos próximos dias fazer a inscrição.»

Entretanto foi também definido o programa oficial e correspondentes horários.


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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Henry Dunant (1828-1910): Criador da Cruz Vermelha Internacional


Maio, mês das flores, é também mês de alguns amores. Sendo tempo deveras relacionado com um desses às causas da humanidade, como foi e ainda é o caso da existência da chamada Cruz Vermelha. Algo que tem relação com temas locais, entre nós, havendo uma delegação em Felgueiras dessa instituição internacional. Relacionando ao caso ter sido em Maio que nasceu o seu fundador.

Tudo começou perante a visão da carnificina patente em despojos dum campo de batalha, nos confins do século XIX; e depois pelo sinal feito duma cruz desenhada com sangue, como salvo-conduto de passagem com feridos através das linhas bélicas dos lados opostos. Graças a um homem, cuja ação, em sua vida e obra, marcou a humanidade – como sucedeu com Henry Dunant.

Por vezes pode nem haver noção de quanto as boas ações e o querer podem representar, chegando longe e aos mais variados campos da existência. Mas assim acontece, na máxima de que se pode ir e chegar sempre a qualquer lado, desde que haja com quê e porquê.

Jean Henry Dunant, nascido em Genebra no dia 8 de Maio de 1828, oriundo duma família respeitada, foi imbuído pelo espírito caritativo dos seus progenitores. E quando adulto tornou-se um homem influente de negócios, derivando ter de se deslocar por muito lado. Aconteceu assim que numa das suas viagens teve de se deslocar a Itália para contactar o Imperador Napoleão III, a fim de lhe expor um projeto de negócio, para o qual precisava de autorização oficial, e para o efeito se arriscou a encontrá-lo junto às suas tropas, entrando num local de batalha, onde se deparou com os horrores da guerra. Diante dos resultados sangrentos, num cenário espetacular de feridos, nessa Batalha de Solferino, logo procurou acudir aos atingidos sofredores e moribundos. «Horrorizado pela carnificina a que assistiu, quando cerca de 40 mil soldados morreram ou ficaram feridos e foram largados à mercê do seu destino, rapidamente reúne mulheres das aldeias vizinhas para prestar assistência aos feridos de ambos os lados, sem distinção pelo uniforme ou nacionalidade, com o intuito apenas de ajudar homens que precisavam de socorro.» E de seguida lançou-se a diligenciar no plano interno (tendo escrito em livro uma verdadeira crónica de guerra a relatar o que presenciou, passando ao papel tal experiência vivida, em “Un Souvenir de Solferino”, volume publicado em 1862), até que alargou horizontes e foi promovendo seu ideal internacionalmente, numa autêntica lida humanitária, de cuja ampla campanha resultou a criação da Cruz Vermelha internacional.

Henry Dunant (Henri, aportuguesando) conseguiu então a criação de sociedades voluntárias de socorro para prestarem assistência aos feridos em tempo de guerra, bem como apoios internacionais para assegurar a proteção de soldados feridos e do pessoal médico no campo de batalha. Com isso Dunant viajou pela Europa inteira no sentido de ganhar o maior número de apoios para as suas propostas. Num movimento vasto de que resultou que fosse assinada por alguns Estados os artigos que formaram a I Convenção de Genebra. A partir da qual nascia o Direito Internacional Humanitário, demonstrando que mesmo em tempo de guerra existem regras que têm de ser cumpridas pelos combatentes. Ao longo de todo esse percurso o seu labor desprendido levou-o a ter gasto os seus bens, inclusive chegando a ter de recorrer à caridade pública. Entretanto, em 1901 foi reconhecido pelo mundo o seu valor, tendo então sido agraciado com o primeiro Prémio Nobel da Paz. Galardão que além de parte honorífica, contemplava já um prémio monetário de gratidão. Pois, à data da sua morte (a 30 de Outubro de 1910), então com 82 anos de idade, o prémio estava intacto e destinado, por testamento próprio, ao pagamento das suas dívidas e obras filantrópicas. Em sua homenagem é comemorada a data de seu nascimento como o Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

ARMANDO PINTO
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terça-feira, 15 de maio de 2018

Notícia no SF dos Festejos Felgueirenses do Título Nacional do FC Porto e da próxima vinda do Presidente Pinto da Costa à inauguração da reabertura da Casa do Porto de Felgueiras


Conforme é referido em caixa noticiosa inserta na edição de 11 de maio recente, dá conta o Semanário de Felgueiras da celebração pública que também teve lugar em Felgueiras a festejar a conquista do Campeonato Nacional de futebol conquistado pelo Futebol Clube do Porto, por parte de muitos manifestantes e entusiastas portistas da região. Noticiando ainda, por extensão, que no próximo dia 1 de junho será inaugurada oficialmente a reabertura da Casa do FC Porto de Felgueiras, com a presença do Presidente Dragão Nuno Pinto da Costa. Ato que culminará com um jantar de convívio de portistas com o Sr. Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, o presidente mais titulado do mundo e presidente desportivo com mandato mais duradouro, também.

ARMANDO PINTO

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sexta-feira, 11 de maio de 2018

Crónica no Semanário de Felgueiras pelo desígnio da Festa do Concelho, suas afinidades e identidade


São Pedro, o apóstolo Simão, que foi primeiro bispo da Igreja, a quem Cristo proclamou: «-Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja», é representado simbolicamente como governante das chaves do edifício da Igreja, por Jesus Cristo lhe ter acrescentado: «-Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado no Céu e tudo quanto desligares na terra será desligado no Céu». E extensivamente tem também em Felgueiras as chaves da festividade oficializada como festa concelhia, ao findar o mês de junho dos santos populares.

É esse memo santo a quem a fé popular dos nossos antepassados felgueirenses se apegou, desde eras remotas, e lhe entrregou por assim dizer as chaves da edifiicação concelhia, referente ao conjunto edificado em comunidade. Sendo S. Pedro, inicialmente pescador e por fim cabeça da Igreja institucional da Cristandade, o santo honrado com a dedicação da festa do concelho, sobre a qual versa desta vez a crónica usual do autor no Semanário de Felgueiras  de cujo artigo, publicado na edição de 11 de maio do S F, se junta aqui imagem de recorte da respetiva coluna jornalística, mais o texto por extenso.


Chaves para Felgueiras

Dizer que temos Felgueiras no coração não será grande novidade, tal o espírito mais generalizado em boa parte dos naturais e residentes do concelho de Felgueiras. Algo que nem dá especial individualidade, atendendo a que existem terras há muito associadas a corações, quer na arte da filigrana, quer em artefactos de folclore. Mas, atendendo ao sentimento felgueirense, não é já descabido pensar-se que há aura felgueirista na associação à rosca do pão de ló. E, de modo particular, pode ser mesmo compatível haver uma vera sensibilidade felgariana relacionada às chaves de São Pedro, sendo como é a festa do concelho sob invocação do santo guardião das chaves do céu, na associação da sua primazia como pedra angular da Igreja.

No imaginário popular S. Pedro é tido como Padroeiro de Felgueiras, embora sem assim ser considerado oficialmente. Tendo cada paróquia seu padroeiro, como por exemplo Margaride tem Santa Eulália, outras paróquias diferentes patronos; e também desde eras remotas há paróquias com S. Tiago como Orago, na ligação à passagem das peregrinações para Compostela, como em Rande, Sendim e Pinheiro, nas diversas variantes dos Caminhos de Santiago no interior do Douro Litoral. Porém a atribuição de primaz das Festas do Concelho ao santo Príncipe dos Apóstolos deriva da mais antiga ermida de que há notícia na região, conforme é narrado na setecentista Corografia do Padre Carvalho da Costa, ter sido dedicada a S. Pedro, no alto do monte onde foi martirizada Santa Quitéria, cujo nome perdurou no local.

Extensivamente S. Pedro, o santo em apreço como ícone das festas que dão origem ao feriado municipal de Felgueiras, tem imagem iconográfica na igreja do monte de Santa Quitéria, na representação de pescador do mar da Galileia, mas com duas chaves na mão, enquanto na igreja matriz da paróquia de Margaride, em pleno centro da sede do concelho, está com representação de Bispo dos Bispos da Igreja. Ou seja, na imagem provinda da antiga capela de S. Pedro, no monte agora popularmente chamado da Santa, é representado no templo com trajes da época tendo numa mão duas chaves e na outra o livro de suas cartas; ao passo que na igreja paroquial da cidade surge paramentado de Papa, com tiara na cabeça, tendo nas mãos outros seus atributos.

Tais considerações fazem vir à superfície (sendo S. Pedro da devoção de gentes de zonas marítimas que costumam demandar Felgueiras em peregrinações de votos), a falta que existe, ainda, dum monumento reportado ao mesmo santo em local público, de modo a fazer ligação à identidade coletiva. Agora mais ainda, de forma a dar ser à passagem do centro de Felgueiras a local privilegiado da mesma festa. A propósito da interessante iniciativa, bem pensada e concretizada, da colocação durante algum tempo duma chave alusiva à festa de S. Pedro em frente aos Paços do Concelho, numa jornada festiva que trouxe em cortejo a mesma chave feita numa oficina de serralharia da Longra, com desfile dentro da urbe citadina de Felgueiras ao som de muitos bombos. Algo que passa a lembrar a próxima realização, desta feita trazendo para a cidade o centro das festividades, tal como há anos houve anterior tentativa. Alterando-se assim o panorama, que pode até resultar, de vez, desde que haja efetiva ligação entre a tradição e a idealização. Quão louvável é a intenção, podendo assim haver em Felgueiras uma festa do concelho à imagem do que é feito com festas grandes de concelhos vizinhos. Onde os pontos fortes costumam ser, além da parte chamada profana, também a religiosa. Podendo, no caso, a procissão de S. Pedro que costuma ser feita no alto vir até à cidade. Assim como o cortejo das flores, número maior do cartaz, vai desde baixo até lá acima, também poderia a manifestação religiosa vir até ao sopé, o que nem seria difícil porque, como se costuma dizer, ao baixo todos os santos ajudam.


ARMANDO PINTO
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terça-feira, 1 de maio de 2018

A propósito do Dia do Trabalhador: espetáculos de antigamente na Casa do Povo da Longra em serões de trabalhadores e saraus para suas crianças


Na atualidade do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, celebrado ao raiar do mês das flores e dos amores, quando por norma costumeira ocorrem manifestações e espetáculos públicos, calha desta feita lembrar antigas realizações que aconteciam também na Longra pelos idos anos de quarenta e cinquenta, do passado século XX. Vindo a propósito evocar, através de imagens coevas, alguns instantâneos fotográficos de sessões de cinema, teatro e variedades com lugar na então sala de espetáculos da Casa do Povo da Longra, naqueles tempos. Quer em saraus para trabalhadores, entre sócios rurais e operários metalúrgicos, por via da antiga FNAT, quer para crianças das escolas e filhos dos trabalhadores das fábricas da Longra. Remontando a eras de antigamente, como as fotografias que se juntam dão para ver crianças e adultos de meados da década de cinquenta, entre entusiasmo juvenil e atenção de mais crescidos, nas antigas instalações do edifício da Casa do Povo da Longra, ainda.


Obs.: Fotos de arquivo pessoal do autor, constantes do livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, publicado em 1997.

Armando Pinto

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