Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Alusões memoriais do São Pedro de Felgueiras – a festa concelhia felgueirense…




Muito se pode escrever e está até escrito sobre a Festa do Concelho de Felgueiras, a tradicional festividade dedicada ao S. Pedro integrante do imaginário popular, desde as cantigas das marchas que têm acontecido em anos recentes e sobretudo do cortejo das flores que vem de longos tempos. Mas muito mais.

Para não repetirmos, desta feita, anteriores referências, cingimos aqui e agora um artigo de simples alusão, para assinalar a festa que dá origem ao feriado municipal felgueirense.

Assim sendo, entre material durável no tempo e algo que perdura em memórias pessoais e coletivas, faz parte da memorização de apreço a tudo o que tenha valor afetivo também algumas recordações alusivas à Festa do Concelho de Felgueiras. Como se pode vislumbrar através de alguns exemplos, incluindo exemplares de medalhística e outras recordações de edições festivas reportando realizações de anos passados.   


Armando Pinto
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sexta-feira, 23 de junho de 2017

Coisas... que têm de ser ditas (escritas) - em "artigo de opinião" no Semanário de Felgueiras


Perante o ambiente vivido e sentido pelo país em tempo de calor e consequentes efeitos dos incêndios, mais as asneiras ambientais que têm sido e continuam a ser permitidas no panorama da nossa região felgueirense, no caso vertente, saiu da escrita do autor um texto relacionado, procurando chamar à razão quem de direito, enquanto é tempo e antes que haja qualquer coisa mais negativa... que para memória presente e futura inclui espaço habitual de opinião pessoal, a pensar no coletivo, com lugar no interior do jornal Semanário de Felgueiras.

Dessa crónica, vinda a público na edição do SF desta sexta-feita  23 de junho, véspera de São João e de chegada da respetiva noitada festiva, partilhamos aqui o respetivo conteúdo. Registando assim o artigo desta semana, do qual, por via das orvalhadas da memória, colocamos imagem da própria coluna impressa na página 10 do SF e, para efeitos devidos, reproduzimos o texto:
   
Cá umas Coisas…

Na língua tradicional portuguesa há um termo, coisa, que define diversificadas existências e realidades, costumando-se generalizar os mais variados temas como coisa, assim. Dependendo e simplificando. O que é preciso é ter jeito para a coisa, entre diversas coisas. Desde a chamada coisa pública até qualquer coisa.

Ora, entre muitas coisas há que ter em atenção a responsabilidade pública. Algo que vem à tona das atenções sempre que surge qualquer coisa, qual ocorrência mais tocante. Como ainda por estes dias recentes aconteceu com a catástrofe de Pedrógão, pela zona de Leiria, num pavoroso incêndio que atingiu vasta área florestal e urbana dos concelhos vizinhos, resultando em tragédia que ceifou dezenas de vidas e matou a vida de diversas localidades. Apesar das costumadas desculpas de causas naturais e ações humanas, por entre aparecimento de figuras públicas a lamentar o sucedido e manifestações de solidariedade que são apenas o que são, sem que haja um rastreio ao fundo das questões. Vindo então à ideia o que tem acontecido em décadas de anos recentes, com a profusa plantação de árvores que não trazem benefícios, como as vagas de eucaliptos que espalham suas raízes e secam tudo em redor, altaneiros entre pares erguidos por certos interesses, e de modo particular aquelas árvores esguias que espalham pelo ar uma espécie de pó saído de camadas de algodão desfeito, aquando da florescência, que têm sido plantadas através de fundos da CEE. Arvoredo que, em linguagem direta e sem necessidade de indicação de respetivos programas de dinheiros provindos da política da comunidade europeia, estão a alterar o meio ambiente natural e a colocar em risco a vida tradicional.

Como é possível que tenha havido aprovação e continue a ser autorizada a existência de manchas de árvores de grande porte entre casas, no meio de áreas urbanas, como até pelo concelho de Felgueiras existe, inclusive em território duma vila, pelo menos?!  O que aconteceu e está diante dos olhos e dos sentidos, a troco de umas notas para quem interessam tais proventos, das plantações em moda, que alteram a fisionomia desta zona verdejante de Entre Douro e Minho, na área do Douro Litoral que agora está a ser retirada mais para o interior do país na chamada zona de Tâmega e Sousa das modernas classificações de siglas Nuts.

Mas, assim sendo, já houve quem meditasse que pode haver uma catástrofe resultante de tal implantação desse arvoredo tipo selva, em falso núcleo frondoso no meio de localidades populosas? E caso aconteça qualquer catástrofe, quem será responsabilizado, se só os proprietários dos terrenos, obviamente quem tem grande lucro com esses fundos, ou também quem aprovou e quem deixa estar aquilo, na tão célebre política de "laissez faire laissez passer"… corporizando mau grado uma nefasta simbolização do liberalismo económico, em versão mercantilista do capitalismo de mercado europeu chegado aos mais recônditos sítios do interior profundo de Portugal.

Hoje em dia, com a informatização de tudo, não é difícil saber quem é quem e quem teve interferência ou influência, como quem são os donos das terras e os autores e mediadores dos projetos.

Antigamente nos dias de Santos Populares era um regalo de alma as edificações das cascatas sanjoaninas, de ilustração sentimental aos folguedos, levando o povo a deitar nos arremedados lagos das viçosas cascatas umas respetivas moedinhas da sorte, para bom augúrio, entre festanças dos saltos das fogueiras e danças de roda, enquanto se cheiravam ramos de hortelã e cidreira colhidas nas noites de São João e São Pedro. Ao passo que nos dias que correm, com o arvoredo dos dinheiros da CEE, nem se conseguem já vislumbrar as cascatas de casas que encostas acima embelezavam os cenários de nossas vilas e povoações. Obviamente com imputações, havendo sempre responsabilidades, pois tudo tem retaguarda, tal como o vinagre vem de vinho que foi bom.

ARMANDO PINTO 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Algumas “charadas políticas” na imprensa felgueirense de tempos idos…


Estando neste início do verão de 2017 a cena política no concelho de Felgueiras algo morna, contrastando com o tempo meteorológico, perante cenário ignoto, como que ainda sem abrir o pano, conforme se costuma dizer na abertura da boca de palco na arte de talma (teatro), embora já não falte muito para a chegada da época da campanha para as próximas eleições autárquicas, apraz registar algumas “bocas” (como se diz agora e antes se falava em sketchs, ou coisa parecida), com toque humorístico, do que em tempos recuados veio na imprensa de Felgueiras - em eleições antigas.

Disso, sem ordem cronológica, começamos aqui com um editorial do jornal Semana de Felgueiras, saído a público aos 30 de Abril de 1910, ainda nos últimos tempos do regime monárquico, poucos meses antes da implantação da República:


O jornal Semana de Felgueiras, órgão do Sindicato Agrícola de Felgueiras, então sediado em Varziela, na Casa do Sindicato (assim denominada ao tempo a mais tarde chamada Casa do Bom Repouso), era da lavra literária do Conselheiro Dr. António Barbosa Mendonça, da Casa de Rande, da freguesia do mesmo nome. E não como está referido no livro "Felgueiras de Ontém e de Hoje", editado em 1989 pela Câmara Municipal de Felgueiras.

Passando entretanto a nótulas com cariz de luta política, desse tempo, voltamos uns anos atrás como enquadramento.

Assim sendo, olhe-se, por exemplo, ao que foi publicado anteriormente no mesmo periódico, um dos pioneiros jornais locais, no caso o "Semana de Felgueiras" de 12 de Julho de 1896 (clicando no recorte jornalístico, para aumentar o campo de visão da imagem imediata, assim como nas seguintes):


Já o mesmo, ainda sobre a Folha de Felgueiras (outro jornal antigo, referido na anterior vistoria contemporânea), em seu número de  dois de Março de 1897, voltava-se ainda para outro lado:


E já agora, de seguida, atente-se nesta pérola saída nesse mesmo periódico, na edição de 25 de Abril de 1897:


Passados anos, ainda no Semana de Felgueiras, apareceu algo mais vasto, no respetivo número de 21 de Janeiro de 1905:


Estes são alguns entre diversos exemplos da política em tempos de transição dos século XIX para o XX. 

Numa próxima vez daremos oportunidade de vista de olhos por mais respigos de tais tempos idos. 

Armando Pinto
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sábado, 17 de junho de 2017

Felgueiras à vista de dois roteiros promocionais antigos


Chegada a quadra dos santos populares, quando ainda ecoam na memória as antigas cascatas sanjoaninas, das festas populares de S. João que aconteciam em diversas localidades urbanas do concelho de Felgueiras, vem à ideia a cascata verdadeira figurada de casas pela encosta que desde a sede concelhia se vê mirando ao alto do monte de Santa Quitéria. Sendo ocasião agora de proximidade à festividade do São Pedro de Felgueiras, onde costumam acorrer romeiros dos mais variados pontos da região de Entre Douro e Minho, quando então Felgueiras é polo de romagem de forasteiros, quer a pé, como ainda se vê virem peregrinos satisfazer promessas, nomeadamente desde as zonas de pescadores da área do Grande Porto, quer de autocarros que transportam excursionistas, motivo que anualmente leva aos habituais reparos de falta de mesas para os normais merendeiros… nos locais frondosos daquele emblemático monte.


Na imediação dessa fase estival com contornos turísticos e mediatização tradicional, vem a talhe lembrar dois exemplos de promoção turística com que Felgueiras foi chegando a excursionistas do antigo turismo regional, através de dois roteiros desdobráveis que, com alguma distância no tempo, deram alguma visão sobre o concelho de Felgueiras: primeiro através de um roteiro de 1959, da coleção Rotep e dedicado às terras de Entre Douro e Minho, publicado pelo Ministério da Educação Nacional-Secretaria Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo; e depois um folheto brochado de 1982, edição da Câmara Municipal de Felgueiras.

De tais interessantes publicações juntamos imagens das respetivas páginas, em retalhos que já fazem parte da história local.


Armando Pinto
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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Algo relacionado com o Dia de Portugal e dos Portugueses


Como é da praxe tradicional, na habituação do calendário estabelecido pelos governantes do país desde há décadas de anos, celebra-se a 10 de junho o Dia de Portugal, dedicado a exaltar a Raça portuguesa e, desde alguns anos já, também as Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo. Sendo o sentimento pátrio algo misturado com espírito e afeição, mas também sentido através da ligação com factos e personagens que nos atraem nessa interligação, incluindo adereços e objetos que remetem a algo carismático da mística nacional.

Nessa perspetiva, por quanto é de valorizar tudo que registe o que seja digno de memória, colocamos a propósito uma fixação visual relativa com um nome que ficou associado a momentos épicos da Nacionalidade, como foi João Sarmento Pimentel – em sua juventude interveniente, em Lisboa, no movimento da Implantação da República portuguesa, em 1910, e volvidos anos herói da manutenção da mesma República, no Porto, como comandante da Derrota da Monarquia do Norte, em 1919 (que lhe valeu reconhecimento público com a oferta da Espada de Honra da cidade portuense), além de outras intervenções político-sociais e cívicas. Um vulto da história pátria que, por motivos políticos, após a instauração do regime do Estado Novo, teve de sair do país e se radicar no Brasil, num longo exílio político que o tornou também figura célebre da comunidade portuguesa com raízes deixadas de outro lado dos mares. 

Ora João Sarmento Pimentel ligado por laços familiares a Felgueiras, onde viveu na casa-mãe de sua família, na solarenga Casa da Torre, em Rande, bem como em Lisboa ajudou Machado dos Santos a proclamar o regime republicano e depois foi personagem histórico na memória heroica da cidade do Porto na revolta de 13 de Fevereiro de 1919, é pois o motivo de mais um registo memorial. Aqui e agora através de memorização que fica, neste caso, por meio de um objeto de apreço, como é um pequeno livro que ficou a assinalar a recente exposição dedicada a homenagear tal figura histórica da Grei, com lugar episódico em Lisboa na Associação 25 de Abril, através de várias vontades, sob a louvável iniciativa da escritora e investigadora Dr.ª Estela Guedes.


Armando Pinto

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terça-feira, 6 de junho de 2017

Reabertura da Casa do FC Porto de Felgueiras revitalizada


Chegou ao conhecimento, por estes dias, que vai reabrir proximamente a Casa do FC Porto de Felgueiras, Delegação nº 84 do FC Porto, fundada oficialmente em 15 de Março de 2004 e cuja sede inicial teve inauguração com pompa e circunstância a 24 de setembro do mesmo ano. Sendo então agora essa instituição felgueirense revitalizada, depois de entretanto ter mudado de edifício-sede e posteriormente haver ficado inativa há algum tempo, de permeio.

= Imagem integrante da 1ª página do jornal desportivo nacional O Jogo de 25 de setembro de 2004 =

Renasce assim, agora, essa Casa Portista Felgueirense, satisfazendo anseios de bons apoiantes do clube mais representativo do Norte de Portugal e maior embaixador desportivo do país, através de jovens adeptos em que se depositam esperanças de uma vivência dragoniana ativa.

Enquanto isto nos enche para já as medidas de satisfação, por Felgueiras deixar de estar atrás de outros concelhos nesta matéria, sendo como é o FC Porto algo especial na identificação bairrista, para quem se identifica com os símbolos e valores da nossa região, recordamos aqui a história da interligação felgueirense ao mundo portista e extensivamente a parte entretanto vivenciada com esta representação do grande baluarte desportivo nortenho, em crónica ilustrada com respigos de reportagens e recordações alusivas à mesma ligação portista vivenciada.

Felgueirenses-Dragões

O ano de 2004, entre outras ocorrências de maior ou menor interesse para os Felgueirenses, foi marca temporal da criação da Casa-Delegação do Futebol Clube do Porto em Felgueiras. Ano esse em que o F. C. do Porto confirmou a sua superioridade futebolística em Portugal, obtendo o seu 20º título de Campeão Português, e se salientou na amplitude do velho continente com a conquista da Liga dos Campeões Europeus/2004 e mesmo a nível mundial com a obtenção da Taça Intercontinental/2004, que deu ao símbolo azul e branco mais um título de Campeão do Mundo.

 = Primeira página do jornal Semanário de Felgueiras de 1 de Outubro de 2004 =

Não sendo o tema da inauguração da Casa do F. C. Porto de Felgueiras, naturalmente, um facto respeitante à totalidade dos munícipes locais, marcou de certa forma um tempo de unidade da sua maioria. Embora alguns adeptos de outros clubes se tenham antecipado, já que antes apareceram, na sede do concelho, idênticas representações dos clubes grandes do sul do país (apesar de uma delas, a Casa do Sporting, entretanto ter fechado, enquanto a outra, a do Benfica, também até esteve moribunda algum tempo, tendo sido reaberta depois), o caso despertou mesmo assim amplo interesse por ser revelador da unidade de significativa franja de pessoas identificadas pelo mesmo clube distintivo do norte do país. Tal espevitamento tardara, possivelmente, pela relativa curta distância de Felgueiras ao Porto-cidade, não havendo assim tanta necessidade como para os simpatizantes dos clubes de Lisboa. Mas apareceu e logo em tempo de euforia para os simpatizantes e adeptos da grande coletividade azul e branca: Atendendo a que, depois de históricos títulos, desde o primeiro importante galardão Portista, com a Taça dos Campeões, ganha pelo F. C. Porto em 1987, e depois o primeiro cetro de Campeão Mundial, quando o Porto venceu a primeira Taça Intercontinental obtida por um clube português, ao que se seguiu a Supertaça Europeia em 1988; e após novas alegrias com sucessivos títulos, tendo no bornal já a série de campeonatos nacionais consecutivos que totalizaram o famoso e único “Penta” conquistado em Portugal, culminou na época de 2003 em que o mesmo Clube-Dragão ganhou tudo o que havia a ganhar, a nível nacional e sobretudo internacional com a Taça UEFA, fazendo o pleno com soma de todas as provas portuguesas, Campeonato (da Liga, como se chamava, e Superliga, como se passou então a chamar), Taça de Portugal e Supertaça; depois o ano de 2004 trouxe mais um título nacional na vitória da Superliga Portuguesa e em apogeu de seguida sobreveio suprema euforia com a conquista da Liga dos Campeões Europeus, acabando ao findar do mesmo ano no levantar da Taça Intercontinental do Mundo, no Japão, num autêntico novo encher de peito, com aquela respiração que faz bem ao coração.

= Reportagem numa das páginas interiores do Semanário de Felgueiras de 01/10/2004 =

Visto isso, vem a talhe, no que nos toca, fazer uma ligação mais que justificada desse grande fenómeno relativamente com a nossa terra, onde existe desde 2004 a Felgueirense Casa do F. C. Porto, que, depois de breve hiato, volta este ano a abrir portas. Reforçando laços de afinidade portista.

Ora, vem de longe a referida afinidade, como há o exemplo de em 1928 se ter realizado a prova de ciclismo denominada “Porto-Felgueiras-Porto”, ganha por Manuel Nunes de Abreu, do F. C. Porto, como ficou para a história. Mais tarde houve um Felgueirense, o Eng.º Mário Castro, que chegou a ser um grande atleta do F. C. Porto em Andebol de Onze, na década de quarenta e cinquenta, do século XX, tendo sido então campeão nacional com o FCP e “internacional” pela seleção portuguesa da modalidade, bem como, já nos anos sessenta, o mesmo também manteve notoriedade como campeão nacional em Pesca Desportiva, igualmente neste caso em representação da coletividade da Constituição e das Antas. Ainda nos anos cinquenta, correu nas estradas do país e pela estranja o ciclista Artur Coelho, que ao serviço do FCP foi camisola amarela em diversas Voltas a Portugal e venceu a Volta a S. Paulo, no Brasil, em 1957 (a cuja memória já dedicamos uma crónica, anteriormente), ao passo que nos campos de futebol evoluíram os então jovens Felgueirenses António Freitas e António Silva, que enfileiraram na equipa de juniores de futebol com a mesma camisola alvi-anil, sob orientação de Artur Baeta. Por esse tempo, Felgueiras teve também seu nome associado à magna campanha de angariação de fundos para a construção do Estádio das Antas, inaugurado em 1952, tendo anteriormente vindo até aqui, nesse âmbito, a equipa principal do Porto, com suas vedetas do tempo (conforme registamos no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”). Performances que tiveram sequência com outros vínculos mantidos, por gente destas paragens, noutros campos onde pulsava interesse azul e branco, como foi o caso do dirigismo e demais funções. Quanto aconteceu com Adriano Castro, personagem que por esses idos de cinquenta, sobretudo, trouxe a Felgueiras diversos atletas Portistas, que eram nessa era autênticos ídolos do desporto, para realizações de apreciadas provas; assim como o anteriormente referido Eng.º Mário Sampaio Castro e Deolindo de Sousa Machado foram membros da Assembleia Delegada do FCP, a meio da década de sessenta; tal como o mesmo Eng.º Mário Osório Pinto Sampaio e Castro chegou a ser vice-presidente do F. C. Porto, nos inícios de mandato do Dr. Américo Sá, de finais de sessenta e meados de setenta; altura em que Artur Peixoto Júnior foi Seccionista do Atletismo Portista; como depois Armindo Vasconcelos foi redator do jornal “O Porto”, órgão de informação do F. C. Porto de que o autor destas linhas foi igualmente colaborador desde 1974 a 1980, além de termos estado também envolvidos na secção de Hóquei em Patins do FCP.

= Reportagem do jornal desportivo nacional O Jogo de 25 de setembro de 2004 =

Volvidos anos, após o F. C. Felgueiras ter dado salto até à então 2.ª Divisão Nacional-Zona Norte, como ao tempo se disputava o 2º campeonato maior português, tendo passado a dispor de melhores estruturas a partir de alterações verificadas no campo de jogos (transformação essa de que resultaram melhorias patentes nas instalações, sobretudo alteração no posicionamento do retângulo de jogo, alargamento das suas medidas e necessário arrelvamento), a respetiva inauguração da 1ª fase do complexo desportivo ocorreu em Setembro de 1985 perante programa de que constou como prato-forte um prélio amigável disputado com o F. C. Porto (que incluiu algumas “vedetas” desse tempo, como Walsh e Juary). Depois disso, conquistada em 1992 pelo Felgueiras a sua primeira presença na 2.ª Divisão de Honra, juntando pecúlio do pódio de Campeão da 2.ª Divisão Nacional B, houve festa de imposição das faixas de campeão, de novo com presença do F. C. Porto (através de formação composta pelos seus titulares, os detentores do título nacional máximo da época), honrando de tal maneira esse jogo festivo com as duas equipas campeãs de suas divisões, prélio que assinalou diante dos prosélitos locais essa data marcante da Equipa Felgueirense.

De permeio outras ligações foram surgindo, contando títulos nacionais de atletismo, quer de Aurora Cunha como Fernanda Ribeiro, obtidos nas respetivas provas disputadas em terrenos de Felgueiras (do Campeonato Nacional que foi corrido na original pista de cross, da zona desportiva, onde mais tarde nasceu campo de futebol “pelado”) e vitória de Fernanda Ribeiro na II Corrida dos 12 KM Várzea-Felgueiras; como diversos prélios de camadas jovens e jogos particulares de formações seniores; bem como organização de provas de automobilismo, nomeadamente o Rali do F. C. Porto. Sem pormenorizar outros aspetos, como a existência de associados entusiastas do F. C. Porto propagados pelo concelho de Felgueiras, e possivelmente outros casos curiosos.

Até que o F. C. Felgueiras e o F. C. Porto se encontraram oficialmente na primeira e única época em que o clube mais representativo do concelho de Felgueiras esteve na prova cimeira do futebol luso. Com efeito, em 1995/96, o Felgueiras empatou no Estádio Dr. Machado de Matos com a formação da Invicta (1-1) e saiu derrotado do embate das Antas (6-2) na 1ª Liga. Tendo nessa época, além de João Costa que estava cedido ao clube felgueirense,  também se salientado o então jovem Sérgio Conceição, emprestado pelo FC Porto e que em Felgueiras evoluiu a pontos de na época seguinte logo ter feito parte da equipa principal do FC Porto, dando salto conhecido da sua carreira.

Entretanto, a meio da mesma década de 90, mais um Felgueirense incorporou os Corpos Sociais do FCP, na gerência de grande timoneiro Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, quando Mário Cunha passou a ser membro do Conselho Superior do F. C. Porto, tendo de seguida o mesmo sido reconhecido a nível clubista, galardoado em 1996/97 com o trofeu Dragão de Ouro de Dedicação Portista do ano 1996.

Depois disso as duas equipas com mais adeptos em Felgueiras voltaram a encontrar-se, tendo dessa feita, ao findar Dezembro de 2000, o F. C. Porto vencido em Felgueiras por 3-0 numa eliminatória (16 Avos) da Taça de Portugal.

Chegados tempos mais recentes, alguns jovens Felgueirenses tomaram o Porto por destino, tendo Inês Moura, atleta juvenil de especialidades em Atletismo, despertado interesse do grande clube nacional, passando a envergar a camisola azul e branca a partir de 2001/2002; assim como o promissor futebolista Tiago Moreira passou a representar o FCP na categoria de infantis em 2000/01, de onde transitou posteriormente aos Juniores. Depois André Pacheco, Felgueirense formado nas camadas jovens do Vit. de Guimarães, rumou às Antas, tendo integrado a equipa do F. C. Porto de juniores em 2002/03. Com outro estatuto, seguiu também até ao Clube-Dragão o guarda-redes Vasco Viana, que em 2002/03 fez parte do plantel sénior do F. C. Felgueiras, o qual encontrou então no Porto como companheiro o referido André Pacheco, médio entretanto incorporado nos seniores, pelo que ambos passaram em 2003/04 a fazer parte da Equipa B do F. C. Porto, de possíveis promessas do Estádio do Dragão, embora depois tenham passado a evoluir noutras formações, em diversos clubes onde deram continuidade à sua carreira. Tal como, depois, o avançado Jaime, que despontara na equipa principal do F. C. Felgueiras, integrou em 2005/06 também a Equipa B do F. C. Porto, no então último ano de existência dessa categoria na antiga fase experimental (visto no defeso de 2006 ter sido extinto esse escalão, até ter regressado noutras condições há três épocas, como se sabe).

 = Reportagem no (entretanto extinto) jornal Voz de Felgueiras, de 8 de Outubro de 2004

Ora, entre tudo isso, foi então em 2004 implantada a Casa do Futebol Clube do Porto de Felgueiras, fundada a 15 de Março. Ficando a ser a Delegação nº 84 do F. C. Porto, cuja sede foi inaugurada a 24 de Setembro do mesmo ano, com a presença do Presidente Pinto da Costa – o qual procedeu ao corte simbólico da fita, tendo depois convivido com cerca de mil Portistas de Felgueiras em jantar festivo e bem servido de fervor clubista, pois que não cabiam mais no salão em que tal repasto teve lugar (enquanto, segundo os relatos da imprensa, nas inaugurações das outras sedes referidas, não estiveram mais de cerca de uns duzentos convivas, dos outros ou seja dos rivais de Lisboa).

Depois disso, na sede, ali ao lado do jardim central da cidade de Felgueiras, entre Portistas, aficionados do mesmo emblema e apaixonados das mesmas cores, se viveu e vibrou com vitórias a nível nacional e internacional, com destaque para o título de campeões mundiais de clubes, com a Taça Intercontinental ganha em Dezembro de 2004; a Taça de Portugal de 2006, mais os campeonatos nacionais da Superliga em 2006 e 2007.

Posteriormente, por motivos ligados à exploração do espaço do bar, essas instalações, arrendadas, foram encerradas em finais de 2007, sendo adquirida uma casa na zona das Idanhas, junto à rotunda de entrada na cidade, para onde, depois de profundas obras de remodelação, foi transferida a mesma Delegação Portista, aí se fixando em 2008 a Casa do F. C. Porto de Felgueiras. Cujas instalações albergam a mesma instituição nesta nova fase de revigoramento, prestes a ganhar forma.

= Recordações pessoais de associado da Casa do FC Porto de Felgueiras e do dia da inauguração festiva.

Assim, em leves traços, ao correr de registo identificativo da prezada ocorrência singular verificada desde 2004, para documentário perene, fica uma simplificada imagem da ligação de Felgueiras e Felgueirenses ao maior clube português, cujos laços ficaram antes e ficarão agora proximamente mais fortes com a instalação e revitalização da Casa do F. C. Porto na terra do pão de ló e pólo importante do calçado. Facto esse começado num ano de tantas conquistas que, somadas a todas as já obtidas, e ao que irá advir para orgulho dos muitos e bons indefetíveis adeptos, fazem deste símbolo nortenho o mais representativo de todos quantos sentem o que identifica apego bairrista pela nossa região...

Em tempo de crise social e económica, como o que se sentiu e sente bem nos primeiros tempos do século XXI, só mesmo o FCP, com Esta Vida de Dragão, consegue servir de escape, como que substituindo as reservas pátrias de ouro no nosso orgulho!

Armando Pinto
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Nota Bene:
Na pertinência desta feliz ocorrência atual, atente-se noutros artigos insertos anteriormente neste blogue “Longra Histórico-Literária” (e ainda no "Memória Portista") sobre ligações felgueirenses ao FC Porto, sendo também Felgueiras especialmente terra de bons Dragões, sobretudo, conforme se relembra em compacto de artigos respetivos 
- clicando aqui e aqui !
A. P.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

No dia da criança – a propósito dum dia de Criança…


Faz de conta que o tempo passado se reencontra com nossas memórias, e um dia da criança de há muito volta nas asas do pensamento, recordando e revivendo. Eis assim que me lembra uma dessas datas, através do que ficou na retina da memória terna da infância dos filhos… e de um desses anos nos dá para folhear uma brochura alusiva.


Recuando a quase três décadas de anos, pousa assim o voo de lembranças no ano de 1989, num evento alusivo ao Dia Mundial da Criança, celebrado a 1 de Junho, já lá vão uns anos bons, e levado então a efeito no monte de Santa Quitéria para as crianças das escolas felgueirenses. Onde se desenrolaram atividades que meteram jogos e corridas, entre divertimentos. Tendo disso ficado o cartão que minha filha usou no dia, e depois permaneceu por fim guardado no interior do livrinho respetivo, colado com fita duradoura, como a imagem de minha filha assim criança feliz estará sempre colada em mim.


Dessa publicação se respiga algumas páginas, para aqui, porque como tal comemoração teve lugar no monte de Santa Quitéria, miradouro altaneiro e local de ligação concelhia, a referida pequena revista transcrevia um texto sobre o mesmo monte, sob título de Monte das Maravilhas, nome por que também é conhecido esse planalto felgueirense, cuja crónica é de recordar agora, a propósito também.


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Armando Pinto