Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Novo artigo publicado no Semanário de Felgueiras: Livro de fora com algo de cá dentro...!


Mais um artigo está publicado no jornal Semanário de Felgueiras, entre as páginas da respetiva edição de sexta-feira, dia 15 do corrente ano: Crónica narrativa escrita pelo próprio autor, sem interposta assinatura ou anonimamente, como se fosse outrem a escrever (conforme às vezes se tem visto), pois não há que haver receio de se contar o que acontece, como tal.

Livro de fora com algo de cá dentro…

Ian Fleming afirmou que escrevia o que gostaria de ler se outros escrevessem para ele. Assim na linha do que referia esse escritor, há sempre um sentido de retorno no que se faz. Algo que quando atinge alguma proporção, produz natural realização e demonstra que tudo vale a pena quando a alma não é pequena, como proclamava Fernando Pessoa.

Vem a propósito esta visão sobre o que escrevemos por vezes poder chegar longe e interessar sempre a mais alguém. Como foi o caso dum trabalho escrito do autor destas linhas, também, haver merecido atenção ao longe. Facto que desta vez aqui se traz, como simples registo, mas também contado pelo próprio punho, apenas como tal. Então, permita-se relatar isto, porque, por vezes, nem há noção de quanto os escritos alinhavados aqui nestas paragens podem chegar além do horizonte e aos mais variados campos da cultura e do conhecimento. Quanto sucede no mundo global e perante o que pode operar.

Como explicação introdutória, para que se perceba, além do que o autor destas linhas escreve e escreveu aqui e noutros jornais, mais alguns livros que foram possíveis, também há dois blogues pessoais onde, no espaço informático, de quando em vez se dá largas a puxar pela redação expositora de ideias e partilha de atenções, quer de âmbito histórico-literário local, como desportivo – “Longra Histórico-Literária” e “Memória Portista”, respetivamente. Ora um desses blogues serviu recentemente, num caso, como fonte de recolha de elementos num trabalho para um livro, escrito e publicado na Itália e em italiano, sobre futebolistas tornados heróis na 1ª Grande Guerra mundial. Obra da autoria de Giorgio “Acerbis” Ciriachi, em publicação da editora Urbone Publishing, sob título e subtítulo “Foot-ballers al frente – storie di calciatori (e di un tifoso) nella grande guerra”. (Traduzindo:) “Futebolistas na Frente / histórias de jogadores (e de um apoiante) na Grande Guerra”.


= Capa e contra-capa do livro em apreço =

Com efeito, no final do passado ano ainda recente, mais precisamente em Novembro de 2015, quando perfazia sensivelmente um século da entrada da Itália na I Grande Guerra, foi dado à estampa tal livro sobre a ligação do futebol à memória dessa guerra mundial travada nas valas de terrenos entrincheirados da Europa. Tratando-se de uma boa memorização de tão importante protagonismo no curso da humanidade, mais particularmente com histórias de jovens, ao tempo, que então passaram dos campos de futebol para as trincheiras da Grande Guerra. Um livro, esse, sobre os jogadores que participaram na 1ª Guerra Mundial, contendo um capítulo referente a Joaquim Vidal Pinheiro, desportista que esteve entre os homens que vestiram a camisola do F C Porto e foram chamados ao Corpo Expedicionário Português que rumou aos campos de batalha dessa guerra. Tendo ali morrido, na tristemente célebre Batalha de La Lys, em Abril de 1918. Havendo depois os seus restos regressado, enfim, aquando da vinda também do corpo do soldado desconhecido, para a homenagem honorífica com que ficou imortalizado o Peito Lusitano.

De particular atenção, no livro é feita menção ao blogue “Memória Portista” na parte da “Bibliografia” e nota das fotos. Bem como, na página dos agradecimentos (“Ringraziamenti”), tem referência ao autor do mesmo blogue, por «…senza di lui il capitolo su Joaquim Vidal Pinheiro non avrebbe mai visto la luce…» («…sem ele o capítulo sobre Joaquim Vidal Pinheiro nunca veria a luz»).

É sempre interessante quando podemos dignificar o nome de Portugal e representatividade do que nos desperta interesse, como neste caso e àquele nível. Sendo um livro, aquele, que honra a memória portuguesa.


ARMANDO PINTO

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