Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Crónica Natalícia, no Semanário de Felgueiras


No âmbito do sortilégio da quadra que anda no ar, já, e a propósito da decoração alusiva que este ano dá outro ar ao centro ajardinado da cidade de Felgueiras, mais um artigo do autor destas linhas faz parte da mais recente edição do jornal concelhio Semanário de Felgueiras. Com algo mais a apontar, como se pode ver por leitura atenta da respetiva coluna, inserta na página 10 do SF desta sexta-feira, dia 11, antecedente ao Natal de 2015.

Da crónica se junta imagem do recorte correspondente:

((( Clicar sobre o recorte digitalizado, para ampliar )))

... E se anexa o texto datilografado, para melhor acesso à leitura:

Natal à vista…

Com o Natal no horizonte e na proximidade do cintilante encanto natalício, piscando luzes decorativas apropriadas à quadra, brilham no alto do firmamento constelações de pessoas e coisas que nos são queridas, no relacionamento afetivo. Algo que, no aspeto mais terno, caso do sentimento pessoal, nos traz memórias diletas, enquanto no plano telúrico, quanto à circunstância local de ligação à terra natal e afetiva, nos transporta às tradições que fazem parte das recordações e do próprio imaginário coletivo.

Pode dizer-se que Natal é quando se quiser, sobretudo no espírito caritativo e misericordioso da bondade lembrada nestas ocasiões, mas, no encantamento da quadra da festa da família, o Natal ainda é um profundo sentimento anual, qual mistério natalício da Noite Feliz da consoada e tudo o mais que, nessa noite e pelo seguinte dia adiante, faz apetecer estar em família e reviver a ânsia e convicções vindas da infância. Com um tempo antecedente de expetativa e anseio, que faz do período natalício uma época especial.

Nas mesas de Natal, para lá dos pratos tradicionais e iguarias, sentam-se as pessoas à volta de um ambiente propício, com uma disposição terna. E enquanto as crianças têm no pensamento as prendas a receber, os adultos por norma não esquecem também os seus brinquedos de bons velhos tempos, quanto lembram quaisquer pequenas coisas que tiveram. E então histórias ouvidas aos avós e pais, como também a outras pessoas idosas que deram encantamentos a sonhos idílicos?!

Ora, na pertinência de este ano estar mais enfeitado o ambiente citadino de Felgueiras, vendo-se a decoração natalícia da cidade de Felgueiras com mais luz e cor, estando as ruas da cidade mais animadas e coloridas, como que encorajando à socialização e procura do comércio tradicional, vence e convence melhor no presente a sensação de paz que norteia os bons momentos. Deixando de soar momentaneamente na cabeça a crise social do século atual, para ecoar melodias da época.

Está visto, pois, que não adianta medidas de austeridade provocadoras de desânimo e recessão. Como não se entende que as localidades atualmente estejam quase na penumbra, pela redução de luz pública, enquanto se não poupa em despesas públicas com gastos com políticas e políticos, por exemplo. Tal como pouco abona a falta de obras públicas em terras quase sempre esquecidas, sabendo-se que continua a haver despesas em intervenções episódicas, além de o que vai sendo feito normalmente ser quase sempre nos mesmos sítios. Em suma, vale sempre a pena olhar ao bem comum. Ao menos no espírito franciscano, do tal sentido de bondade, sabendo-se que teve origem com S. Francisco de Assis a adoração do Salvador na presença representativa do presépio.

ARMANDO PINTO