Espaço de atividade literária pública e memória cronista

terça-feira, 17 de março de 2015

Na aproximação comemorativa do Foral do Unhão…


Atendendo ao que noutras ocasiões se descreveu, em reconstituição histórica, há notícias escritas da organização político-social da área desta região da antiga Honra Unilanense  à Idade Média, sensivelmente. Nesse período feudal a zona estava administrativamente dividida, havendo terras ligadas à Honra do Unhão e mais tarde ao seu Julgado, outras ao Julgado de Felgueiras, posteriormente transformados em concelhos, como também algumas estiveram adstritas ao Couto de Pombeiro e houve ainda antigo Couto do convento e depois Priorado de Caramos, além de outros Coutos circunscritos a antigos lugares, que deram origens a freguesias.

Isto para situar no tempo a ocorrência atualmente em período evocativo, como é a passagem de 500 anos sobre a atribuição régia de Foral ao antigo concelho do Unhão, a que pertenceram as freguesias circunvizinhas, depois felgueirenses, e algumas de Lousada, também. Como já explanamos anteriormente em estudos diversos.


Da antiga Honra do Unhão era toda a genealogia dos Condes primitivos da família Sousã, iniciada com D. Gonçalo de Sousa (no tempo de quem foi construída e sagrada a igreja românica do Unhão, em 1165 da era romana).

Para efeitos de evocação, ainda que relanceada, recua-se assim aos alvores da fundação nacional, atendendo à presença de um membro da família “dos de Sousa”, os Sousões, no acompanhamento de D. Afonso Henriques na luta pela independência do Condado Portucalense. Tal se passou com Soeiro Mendes de Sousa, “o Grosso” (irmão de D. Gonçalo Mendes de Sousa, o primeiro Sousão), tendo aquele nobre estado ao lado do então Príncipe Portucalense «no cerco de Guimarães. O seu papel de “adjuvante” do nosso primeiro rei, para utilizar uma expressão de V. Propp, surge com grande relevo na gesta de Afonso Henriques...» (conf. José Matoso-“Identificação de um País”). Também D. Gonçalo de Sousa, o Bom, foi lugar-tenente de D. Afonso Henriques, que acompanhou na batalha de Ourique, como depois esteve à conquista de Sevilha com D. Sancho I, de cuja peleja de Ajarafe tomou aos mouros algumas das bandeiras com que armou as paredes do mosteiro de Pombeiro (conf. Eduardo Freitas). Aliás são vários os exemplos de membros da família Sousa, dos Sousões, que se incorporaram em expedições dos primeiros reinados da nacionalidade, desde o acompanhamento na expedição contra os mouros em Elvas e na conquista de Lisboa, de que, aliás, D. Gonçalo Mendes de Sousa foi temporariamente governador, tendo o mesmo estado na conquista do Algarve, assim como D. Mendo de Sousa esteve incluído na defesa de Silves.

Muita água correu depois pelos fios de água do rio Sousa, sabendo-se dum célebre caso que meteu cenas menos condizentes da mulher dum dos condes que vivieram entretanto no Unhão, aquando da visita do rei a seu domicílio, etc. e tal – como falam os livros de linhagens.  E tudo o mais que se foi sucedendo e já está escrito há muito.


Da relação ao antigo concelho, ainda tentaremos uma diferente referência escrita, por estes dias…

- Entretanto, fica o programa comemorativo oficial.



Armando Pinto

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