Espaço de atividade literária pública e memória cronista

domingo, 19 de outubro de 2014

Ser Portista…!


Costuma-se dizer que quem não se sente não é filho de boa gente. E é verdade, pois quem sente o que é seu, tem raízes, descende de algo. Tal como quem sente a sua região defende os seus valores, as suas tradições, as suas representações. Ora, como sempre tivemos nossa terra mátria como integrante de nosso ser, fazendo parte de nosso carácter bairrista e entusiasta da valorização e preservação memorial, naturalmente somos pelos símbolos de nossa terra e sua região. Além de sempre apreciarmos o bem e gostarmos do que é bom com olhos de ver, de saber ver. Assim sendo, tendo o Porto como distrito e diocese e o azul como cor do céu, naturalmente que sou Portista! 

Ontém e hoje, antigamente e agora, antes e depois, sempre, ser Portista é algo especial, uma crença infinita, um sentimento verdadeiro… Uma fé que até também já moveu um treinador adversário, a pontos  que acabou por se ajoelhar diante de nós, quando o clube protegido do regime sofreu um golo sobre a hora, em tempo extra, de tal forma evidente e surpreendente que não pôde ser anulado pelo árbitro… E é ainda, também, um entusiasmo superior que leva a suplantar historicamente o segundo clube de Lisboa, sempre à espera de migalhas que caiem e se ufana como rico pedinte… Mas mais que tudo, ser Portista é já ter vivido o tal minutos 92, depois de se ter visto levantar a inesquecível taça que todos agarramos em nos sentirmos como o João Pinto, tal qual de ter sentido o frio de Tóquio de coração quente como o Gomes a sorrir para a Intercontinental, idem aspas na Supertaça europeia que deu volta de honra nas Antas agarrada por Gomes e Lima Pereira mais acompanhantes, tal qual fizeram Jorge Costa e Baía anos depois em Sevilha, e tudo o mais que se seguiu… E também ter sentido o que se passou de permeio, assim como atualmente.

Não serão precisas mais palavras que isto, para enquadramento. Servindo-nos do exemplo dum lapidar panfleto distribuído há uns anos largos, colocando nomes de antigos atletas e dirigentes. Como se tivesse sido noutras épocas, em anos diversos, poderiam ter sido apontados nomes duns Araújo, Hernâni, Américo, Gomes, Pedroto, Baía e Pinto da Costa… contando com o sangue que corre e pulsa em Portistas que se identificam nestas definições.


À atenção dos atuais timoneiros e de toda a massa adepta, em suma. Sendo preciso conhecer a História do F C Porto, para reconhecer os nomes antigos e entender o significado das respetivas associações, mas também a história permanente de quanto custa quando o Porto perde… bem como o que representa quando o Porto ganha!

Eis aqui, então, uma máxima dos Portistas que honrosamente são bairristas e sabem dar valor ao que tem valor.


Armando Pinto