Espaço de atividade literária pública e memória cronista

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

S. Tiago – Padroeiro de Rande, Apóstolo da Península e Patrono Mata-mouros”…


É a paróquia de S. Tiago de Rande, neste recanto do concelho de Felgueiras, uma comunidade sob invocação do apóstolo S. Tiago, em sinal do patronato originado na ligação de ter sido terra de passagem no itinerário do Caminho de Santiago usual pela região, inclusive como ponto de paragem até (devido à fonte de S. Tiago, que estava assinalada nos roteiros da época, onde com as vieiras típicas – conchas - os romeiros matavam a sede no local). Bem como mais ao norte, no concelho de Felgueiras, também ficou como padroeiro de Pinheiro e Sendim, precisamente como pólo de afluência de outro itinerário nas redondezas. 

Na prece acostumada dos fiéis (metendo um pouco de história memorial), conta-se a paga de promessas, os ex-votos, das chamadas esmolas deixadas junto ao andor do Padroeiro, em dia de festa, a que depois havia correspondência no recebimento do “Registo da romaria”, uma pagela com a gravura do santo. Como serve de exemplo uma imagem anexa (a encimar aqui o artigo), do facto ultimamente em revitalização.


Ora, atendendo a toda essa envolvência, e como especial característica identificativa da paróquia, relembra-se o que escrevemos há uns anos bons (sobre o “Orago S. Tiago”), num pequeno livro, intitulado «Freguesia de Rande (S. Tiago) e Povoação da Longra», publicado em Março de 1996, numa edição patrocinada pela Junta de Freguesia de Rande, a reverter para verbas destinadas a obras da igreja, nesse tempo. Em cujo acto tivemos então participação, nesse caso, na co-autoria desse pequeno livro, em género de mini-colectânea abarcando temas diversos da freguesia de Rande. Serve ainda o mote, na oportunidade, para recordar que S. Tiago chegou a ser o Patrono da Península Ibérica e depois foi tido como Padroeiro de Espanha, e como tal conhecido por S. Tiago Mata-mouros, pela proteção aos cristãos nas lutas contra os mouros, durante a Reconquista cristã.


Armando Pinto 

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domingo, 26 de agosto de 2012

Artur Coelho – Um Filho de Felgueiras e antigo Ídolo do Ciclismo Português, Portista, Felgueirense e Vizelense…




Crónica ilustrada, sobre um Felgueirense digno de apreço...

Cujo conteúdo pode ser consultado em:

Artur Coelho - Antigo Ídolo do Ciclismo Português, Portista, Felgueirense e Vizelense…

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Luís Gonçalves – Mais sobre… Identidade dum “Amanuense” da Câmara Municipal de Felgueiras… o Homem da Casa das Torres!


Conviver com o passado, nas suas facetas memorandas, através de documentação comprovativa do que chegou até nós, permite-nos ter conhecimento mais profundo e concreto do "modus vivendi" que nos antecedeu no que nos toca bem dentro do íntimo, a nossa terra. 

Nesse funcionamento afetivo, damos sequência, com mais umas achas, aos meandros que andam em torno do que nos identifica e personaliza, a todos os conterrâneos, a quem tem por denominador comum a mesma região de naturalidade e residência. 

Assim, na linha do post anterior, ainda de visualização de raridades e preciosidades documentais de pessoas da Longra de antanho, e dando também seguimento a um anterior apontamento sobre o sr. Luís Gonçalves - recorde-se, o Homem da Casa das Torres de Felgueiras - complementamos o acervo referente com outro documento.


Chegou-nos às mãos, felizmente e bem preservado, um Bilhete de Identidade do referido autor do projeto e engenharia da Casa das Torres, a mansão agora em recuperação na cidade de Felgueiras. Graças a pessoa amiga e da família, do personagem que merece esta homenagem, que temos vindo a tentar que seja materializada. Provando ter sido ele um funcionário da Câmara, conforme se lê nesse livrinho (como era o formato dos bilhetes de identidade nessa época), com data da emissão a 11 de Novembro de 1931. Estando ali escarrapachado: «Profissão: Amanuense – da Camara Municipal – aposentado», como era já em 1931.

Ora, amanuense era um termo antigo significando escrivão, escrevente e escriturário de secretaria pública. Nas enciclopédias gerais, vem: «A palavra provém do latim amanuensis, por sua vez derivado da expressão latina "ab manu" (à mão). Escrevente e copista são sinónimos de amanuense. Vulgarmente, considera-se amanuense o escriturário duma repartição pública ou estatal, que manualmente regista(va) documentos ou os copia(va).» Ora isso no tempo de redação manuscrita, não havendo computadores e programas informáticos. Logo é o que hoje em dia se considera um funcionário público administrativo.


Questionava a pessoa descendente, do referido patriarca da família Gonçalves: - «Será que com este documento podemos chamar mais atenção à Câmara Municipal de Felgueiras ?!? » 

Pois esperemos que sim, que seja uma contribuição, mais uma achega, qual reforço, desde já… A somar ao que escrevemos e foi publicado no Semanário de Felgueiras, há pouco tempo, como aqui neste nosso blogue igualmente demos público manifesto.


Por esse documento fica-se ainda mais com a certeza de alguns dados pessoais do sr. Luís Gonçalves:

Filho de José Gonçalves e Maria Joaquina, nasceu a 7 de Outubro de 1856, em Sernande. Tendo casado com Ana Rodrigues da Silva (senhora da família Rodrigues, da Fonte, de Rande). E tinha como residência Felgueiras – Rande. Media 1, 72 m (um metro e setenta e dois cm) e tinha olhos castanhos. Não, não é demasiada pormenorização, apenas sinal da realidade que nesse tempo ficava bem registada, à posteridade. Tal como se pode acrescentar que ficou sepultado no cemitério de Rande, em jazigo térreo de família.

Eis aqui, então assim, algo mais que pode ajudar à angariação de material tendente a uma exposição, por exemplo, de homenagem pública ao autor da referida construção. À consideração de quem de direito. E se mais não fôr, fica ao menos mais evidente que o estudo do passado vale também pela afirmação que transmite.

A semente está lançada. 


Armando Pinto 

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domingo, 19 de agosto de 2012

Documentação Antiga de Pessoas da Longra…


Na simples menção da curiosidade e possível interesse histórico que proporcionam: 

Eis alguns documentos de tempos remotos, de Pessoas da Longra – desde exemplos duns cartões de associado normal e de dirigentes de outrora da Casa do Povo da Longra (cujas funções fazem parte da história inicial da instituição…), mais caderneta duma conta bancária, de modelo primitivo da “Caixa de Felgueiras” (única do género na sede do concelho, nesse tempo) e um bilhete de identidade, tipo desdobrável. Mostrando como eram algumas normas identificativas na ancestralidade de nossos antepassados.




© Armando Pinto

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Documentos e imagens de dotações antigas de Longra – Rande (Felgueiras)


Embora, como se costuma dizer, possa haver quem pense que as coisas antigas fazem tanta falta como viola em enterro, é certo e sabido que sem passado não haveria futuro. Quão haver gente que não saiba nem valorize a história da sua terra, é como andar-se no mundo por ver os outros andarem. Tanto será importante haver testemunhos do passado que nos foi legado pelos antepassados, quais familiares comuns por terem vivido no torrão agora nosso e que devemos saber transmitir devidamente aos vindouros. 

Nesse trilho, porque é através de testemunhos que se sabe e estuda o que nos possa interessar, será então interessante partilhar alguma documentação referente a duas das dotações ancestrais da antiga povoação da Longra, como foram o comboio, cuja estação da Longra foi inaugurada em 1914; e a instalação da luz elétrica, ao domicílio (dentro de portas, nas casas) em 1918 e (substituindo a original a acetilene, de carboneto, existente desde 1910) também a iluminação pública, beirando as estradas do centro urbano, em 1920. Tal como, depois, ainda se presta uma vista de olhos por uma outra existência, mais recente, dum clube desportivo que tem história... fundado que foi, o F. C, Longra em 1969 - de que se trata aqui, em atenção mais adiante desenvolvida. Clube este extinto temporariamente em 1996/97, numa interrupção de atividade por alongado período, até à atualidade em que começa a renascer quase das cinzas. 



Desses dois bens de utilidade pública primeiramente referidos, entre os diversos existentes já nesse tempo na Longra, fazem memória os documentos anexos (em cima), um de um acionista Longrino do caminho de ferro (entrado com a 1ª prestação em 1913); mais página duma publicação sobre a mesma linha férrea que passou na Longra. E (em baixo) um vale coevo (recibo desse tempo, em papel selado) sobre prestações, desde 1918, de cota de «subscrição para ampliar a montagem da rêde de distribuição de energia eléctrica…»


Por fim, dando um grande salto no tempo, para abreviar desta vez assim, enquanto se fica nisto por ora, juntamos uma imagem duma formação do antigo Futebol Clube da Longra, na continuidade do mesmo clube fundado em 1969. Trazendo-se, deste modo, lembrança visual do tempo em que "o Longra" esteve filiado na Associação de Futebol do Porto, como participante dos campeonatos de Amadores.



Armando Pinto 

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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Revista do CCRL – Quantos exemplares existirão ainda, preservados…?


A cultura sempre foi um pólo de atenção, pelo que proporciona o desenvolvimento do espírito. Dentro da máxima mente sã em corpo são, não só no aspeto desportivo mas também no intelectual e sobretudo espiritual. Mau grado mais parecer parente pobre, descurada e desprezada que é, não só pelas instâncias dos poderes institucionais, mas até por grande franja das populações, mais atritas a materialismos e interesses individuais. 

Dentro dos aspetos culturais desta região, para o caso, bem se sabe haver sido muitos os exemplos entretanto existentes. Um dos quais o C.C.R.L. aqui já referenciado, num dos anteriores artigos de reposição. Voltando-se agora ao mesmo tema, para recordar uma das publicações feitas pela agremiação referida, como era a revista do Centro Cultural e Recreativo da Longra, saída a público numa única edição - publicada por ocasião dum espetáculo levado a palco na quadra do Natal de 1978. 

Como exemplo correspondente, além da capa da revista (acima), também se lega no final destas linhas algumas das suas páginas, ao jeito de amostra sintética do interessante conteúdo que possibilita conhecimento da obra então desenvolvida. Em cuja sequência, por fim e no contexto, se deixa no ar, apenas como alvitre relacionado sobre interesses coletivos e memoriais, uma questão, tipo ser ou não ser: Haverá porventura dessa revista ainda muitos exemplares guardados, em mãos de conterrâneos, como testemunho desse labor de antanho?



Armando Pinto 

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

História do Futebol de Felgueiras, na calha do aprovado nome do clube – F C Felgueiras 1932!


Segundo novidade transmitida pelo blogue "Notícias CA Felgueiras", o C. A. Felgueiras (até agora Clube Académico de Felgueiras) muda de denominação social para "FC Felgueiras 1932". Que é como quem diz, na verdade, Futebol Clube de Felgueiras, desde 1932. Facto decidido em Assembleia Geral de sócios, felizmente. 

Não sabendo mais pormenores relativos (no momento em que escrevemos, ou seja, na noite de quinta para sexta-feira), estamos de acordo com o nome. Uma boa notícia, afinal, para quem gosta de Felgueiras, sem comprometimentos particulares mas apenas interesse coletivo, porque assim será uma boa maneira de fazer a ligação do histórico ao atual clube representativo do nome Felgueiras. Parabéns a quem teve a iniciativa e a quem aprovou. 

Gostei e gosto. Aprovo completamente como Felgueirense e Felgueirista! 

Na pertinência desta atualização, aproveita-se aqui a oportunidade para recordar do livro sobre a História do futebol de Felgueiras, escrito pelo autor destas linhas, precisamente duas das páginas referentes à fundação original do genuíno Futebol Clube de Felgueiras. Cuja data, no caso, serviu para colocar no nome que passa a vigorar, acrescentando o ano da criação do antigo e histórico clube. 

Fica então para a história esta Assembleia Geral realizada na quinta-feira dia 9 de Agosto de 2012 – data que anotamos e fixamos para constar, de molde a merecer perpetuação em futura atualização da história do futebol felgueirense. Algo que, com as novas condições criadas pela Câmara Municipal, perante o arrelvamento reposto, no campo de jogo do Estádio Dr. Machado Matos, na presidência municipal de Inácio Ribeiro, sendo Eduardo Teixeira o Vereador do Pelouro do Desporto; e agora, mais, a atual denominação, quando o clube atingiu de novo o plano nacional ao ter ascendido à 3ª Divisão Nacional, merece ter atualização em letra de forma…! 

Eis aí duas páginas, em imagens digitalizadas, referentes ao tema em apreço… Respigadas entre as 110 páginas que compõem o pequeno volume, então possível. Sob título “Futebol de Felgueiras – Nas Fintas do Tempo 1932/2007", publicado pelo autor, já vão uns anos passados, entretanto, em 2007.



Armando Pinto 

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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Antigo manual de História, da Escola Velha da Longra…


Muitos, entre meninos e meninas de outras gerações, dos que frequentaram a Primária da Longra no edifício granítico do caminho de ligação entre o talho e as quatro-barrocas, se lembram ainda daquele prédio de firme propianho, da escola velha da Longra. Entre cujas paredes aprenderam as primeiras letras e a saberem bem tudo o que era instrução - nas grandes salas repletas de carteiras com seus tinteiros,  onde se molhavam as penas para a escrita, num ambiente dominado pelo quadro grande de ardósia, das paredes onde se perfilavam quadros dos governantes, ladeando o tradicional crucifixo, e tudo o mais... 

Casa típica, aquela, em que funcionou a Escola da Longra desde os anos de transição dos séculos XIX e XX, até ao início dos anos setentas (substituída que foi pela escola nova em 1972). Lá havendo adereços que ficaram na retina, tal qual os livros escolares. Um dos quais era o da História, cujo exemplar guardamos, de edição datada de 1953 mas, porque passava de irmãos mais velhos até aos mais novos, inda usado muito além, pelos anos de sessenta dentro. 

Eis o exemplar ainda em mãos do autor destas linhas (cuja capa encima o artigo e abaixo se mostram páginas iniciais) desse livro de História de Portugal, manuseado na escola primária antiga da Longra:


© Armando Pinto

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Artigo no Semanário de Felgueiras - sobre o autor da Casa das Torres, Luís Gonçalves de Matos...


Do nosso espaço jornalístico, dentro da colaboração que prestamos ao jornal semanal felgueirense, damos nota do mais recente artigo, da atualidade, no Semanário de Felgueiras. Partilhando aqui a respetiva coluna, para conhecimento de eventuais pessoas interessadas na crónica impressa na edição desta sexta-feira, dia 3 de Agosto.

(Clicar sobre os recortes digitalizados, para ampliar) 

Do mesmo trabalho, para facilitar a leitura, juntamos o texto original: 

Luís Gonçalves: Engenheiro Felgueirense da Casa das Torres 

Há curiosidades que ilustram bem uma certa forma de ser e estar, quanto ao panorama da identidade felgueirense. Quão se nota no que possa valorizar Felgueiras, diante do labor felgueirense, a partir do que sobrevive no espírito do tempo. 

Estando próxima a conclusão das obras de recuperação da Casa das Torres, aquele palacete que aparece altaneiro na parte histórica restante do centro de Felgueiras, depara-se outra questão no emaranhado que toda aquela estrutura antiga provoca. 

Ora, invocando o espírito memorial, a mansão em apreço já aparecia com destaque nas páginas de revista Ilustração Portuguesa em 1919, então referida como o mais lindo palacete existente na vila-sede do concelho de Felgueiras, pelo menos desde a primeira década do século XX, quando foi mandada construir pelo inicial proprietário sr. Oliveira da Fonseca. Como paradigma da arquitetura brasileira, à época dos chamados brasileiros de torna viagem (porque depois de enriquecerem, retornavam ao país com outro estatuto). Surgindo na atualidade como emblemática construção daquela era antepassada, agora propriedade municipal, com significativa importância no ambiente citadino. O que relembra, afinal, conter uma história para contar. 

Em tal amplitude merece que se faça luz e especialmente justiça, também, num outro fator. Chegando-se ao busílis da questão, por a apalaçada casa estar apenas a ser publicamente referida pela característica arquitetura brasileira; mas, talvez por desconhecimento, não ter sido ainda afirmado que, embora realmente desse estilo, a mesma mansão é de autoria felgueirense. Assim mesmo, com efeito, pois quem desenhou e projetou tal edifício foi um natural do concelho de Felgueiras, o sr. Luíz Gonçalvez (de Matos) – conforme era referido na época. O qual, aliás, foi também autor de diversos mais edifícios ao tempo da pacata vila contemporânea da transformação coeva à 1ª República, quando o ambiente de remanso local começava a esbracejar em progresso arquitetónico; além, naturalmente, de outros locais, sobremaneira na área de residência, sendo ele da Longra, onde deixou sua lavra no risco da Casa do Montebelo e da Casa Africana, aquela de estilo brasileiro e esta última colonial, mas idealizadas pelo próprio Luís Gonçalves, tal como ainda o edifício da antiga Associação Pró-Longra, que mais tarde acolheu a instalação da Casa do Povo. 

Ele era na região um cidadão muito bem relacionado, como comprova o facto de, não sendo de classe alta, ter grandes amizades nas famílias brasonadas, sendo mesmo amigo pessoal do Conselheiro Dr. António Mendonça. Tendo Luís Gonçalves ainda ocupado o cargo de Presidente da Junta de Rande, na qual ficou até assinalada sua passagem por ser em seu mandato que, em 1915, começou a existir livro de actas. Permanecendo pelos tempos fora, através de transmissão oral ouvida em tempos às pessoas que ainda o conheceram, como senhor de personalidade vincada e, dotado na arte desenhista, ser considerado popularmente artista, arquiteto e engenheiro. De permeio exerceu o mister de professor, estando a desempenhar lugar de mestre-escola na freguesia vizinha do Unhão quando, como já era ele que fazia os croquis para as obras públicas, também (segundo informação de pessoas da família) foi integrado na Câmara de Felgueiras como oficial funcionário municipal. 

Será então tempo do Município de Felgueiras se lembrar orgulhosamente de ter tido em seus quadros um Felgueirense destes. Sendo propícia a ocasião, para, na sensibilidade que o momento de exaltação da obra confere, através de necessária investigação a papeladas documentais porventura ainda existentes desse tempo, possa ser feita inventariação de sua vida e obra, tendente a uma homenagem devida.

Armando Pinto 

Post Scriptum: 

Além do que escrevemos no jornal, de forma algo resumida para não alongar o espaço reservado, o tema apraz acrescentar ainda algumas anotações.

Entre explicações, antes de mais, repare-se que o texto do jornal não pôde ser ilustrado por a única fotografia que poderíamos anexar não ter qualidade gráfica, de molde a tornar-se minimamente visível numa folha de jornal. Mas, por neste suporte do blogue já haver outras possibilidades visuais, colocamos essa imagem a encimar este artigo, do referido homenageado neste texto, para uma ilustração possível. 

Com efeito acontecera entretanto então essa limitação, perante o escasso material possuído entre mãos. Sendo esta foto uma ampliação retirada duma foto antiga, dum conjunto de pessoas, que juntamos de seguida.


Ora esta fotografia, que publicamos no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras” (no capítulo Memória Paroquial), respeita a um convívio de pessoas importantes da região, estando presente o pároco da época, em inícios do século XX, mais alguns personagens históricos, como o Conselheiro Dr. António Mendonça, da Casa de Rande, o sr. Leopoldo Sarmento Pimentel, da Casa da Torre, o sr. Luís de Sousa Teixeira, da Casa da Quinta, da freguesia de Rande, entre outros. Estando o sr. Luís Gonçalves lá (é o 4º em pé, a partir da esquerda), tendo junto a si o seu filho, o petiz que se vê na imagem seguinte, de ampliação retirada da original.


O filho do sr. Luís Gonçalves era, como fácil se torna verificar, o sr. Antoninho Gonçalves, que bem conhecemos ainda (sr. António de Sousa Gonçalves, electricista da Câmara Municipal de Felgueiras, além de fotógrafo pioneiro e personagem ligado a grupos de teatro da Longra, por exemplo). O qual era afilhado do filho do Conselheiro de Rande, ou seja do sr. Henrique Mendonça, mais conhecido como colecionador de selos postais. 

O que comprova o que no artigo foi referido, sobre a amizade do sr. Luís Gonçalves com o Conselheiro Dr. António de Barbosa Mendonça, bem como amizades com pessoas da alta sociedade, da região. 

Este sr. Luís Gonçalves foi nomeado para ter seu nome numa rua da Longra, quando o autor destas linhas fez parte duma comissão inicial para estudo da Toponímia de Rande, cuja elaboração, com este e muitos outros nomes de pessoas de valor, teve desenvolvimento em 2002. Porém esse estudo foi reprovado, alterado que foi por uma comissão nomeada pela Câmara, mais tarde, sendo então quase tudo mudado, com a aprovação da Junta de Rande em 2009; saindo assim diversos nomes que haviam sido propostos e incluídos outros, alguns dos quais sem nada de relevante em serviço da causa pública local. Resultando disso a atribuição das placas toponímicas que foram colocadas recentemente, em 2011… 

Em suma, como outros nomes de relevo haverá, o Sr. Luís Gonçalves de Matos foi um personagem ilustre, merecendo figurar entre as memórias mais dignas de perdurar. Perante tudo isto, fica-se à espera que a Câmara de Felgueiras reponha a justiça no caso, e a Junta de Rande, entretanto, ainda faça algo em sua memória. 

Assim sendo, aguarda-se, para já, que a Câmara possa fazer um levantamento sobre o assunto, investigando a documentação que poderá existir no arquivo e na própria biblioteca municipal, em vista a possibilitar um melhor conhecimento sobre a figura em apreço, atinente a uma mais que justa homenagem, pelo menos, aquando da inauguração da Casa das Torres, em Felgueiras.


A. P. 

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